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domingo, 6 de novembro de 2011

CURSO BÁSICO DE CAPELANIA








BÁSICO DE CAPELANIA

A QUEM SE DESTINA:
Visa o preparo e qualificação de: pastores, bispos, presbíteros, evangelistas, diáconos, obreiros e membros recomendados por seus pastores, a desenvolverem o ministério de auxílio ao aflito nas entidades de internações coletivas hospitalares.

REQUISITO:
Escolaridade livre.

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES:
Pelo E-mail teologiasemfronteiras@gmail.com

MATRIZ CURRICULAR:

1 – CLÍNICA PASTORAL
2 – INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
3 -  PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
4 – RELAÇÕES HUMANAS
5 -  EVANGELISMO PESSOAL
6 -  LITURGIA
7 – ORATÓRIA
8 – HOMILÉTICA
9 – ACONSELHAMENTO CRISTÃO
10– ÈTICA CRISTÃ
11-  CAPELANIA GERAL



VEJA A DISCIPLINA DE PSICOLOGIA PATORAL

INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA


TÓPICOS:

1. Conceito de Psicologia
2. Psicologia científica x Psicologia do senso comum
3. Comportamento, relações funcionais e meio ambiente
4. O modelo atual biopsicossocial do homem x modelo biomédico
5. Psicólogos e Psiquiatras
6. O estudo de animais para entender o homem
7. Subjetividade
8. Atribuições e áreas de atuação
9. A Psicologia e as práticas não psicológicas
10. Ética na Psicologia
11. Perfil atual dos psicólogos



1. Conceito de Psicologia






Símbolo da psicologia
 




                        Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano, as interações dos organismos com o seu ambiente.
                        Dependendo do enfoque e conhecimento de homem que está sendo utilizado a psicologia pode ter vários conceitos, dentre eles: ciência que estuda os seres humanos e seus processos psíquicos.
                        Todorov (1999) definiu a psicologia como sendo a ciência que estuda a mente e o comportamento. Para que a definição seja inteligível, é necessário saber o que é mente e o que é comportamento.
                         O conceito “ciência que estuda o comportamento humano” pode ser completo se entendermos e buscarmos nos aprofundar nos conceitos de ciência, comportamento e homem. Se soubermos descrever o que é ciência, o que é comportamento humano e quem é esse homem estudado pela psicologia (caso mais complexo, mais filosófico) estaremos entendo o conceito de psicologia aqui apresentado.  


2. Psicologia científica x Psicologia do senso comum
           
                        O tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano é chamado de senso comum.
Exs:
a)      a dona de casa, quando usa a garrafa térmica para manter o café quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá razoavelmente quente, sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo completamente as leis da termodinâmica.
b)      a professora sabe que se recompensar a boa disciplina do aluno do curso primário com uma estrelinha no caderno, pode aumentar o comportamento desse aluno ser obediente na sala de aula.
c)      a mesma recompensa da letra “b” pode servir de exemplo para os outros alunos.
d)      a namorada sabe que se marcou um encontro com o namorado para às 20h e ele chegou às 21h, pode ficar de cara fechada com intenção de puní-lo por tê-la feito esperar.

Na letra “a” a pessoa sem saber sobre Física sabe conseguir o efeito esperado no ambiente. Nas letras “b”, “c", “d”, as pessoas agiram com intenção de modificar o comportamento de alguém, mas sem saber de leis ou teorias da psicologia.  
O conhecimento do senso comum é intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros. É um conhecimento importante porque sem ele a nossa vida no dia-a-dia seria muito complicada. O senso comum percorre um caminho que vai do hábito à tradição, que passa de geração para geração. Integra de um modo o conhecimento humano.
A utilização de termos como ‘rapaz complexado’, ‘mulher louca’, ‘menino hiperativo’ expressa a comunicação do senso comum acerca do comportamento humano, que muitas vezes não ocorre de maneira científica. Os termos podem até ser da psicologia científica, mas são usados sem a preocupação de definir as palavras.

Ciência é um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade obtidos por meio de metodologia científica.
Quando buscamos definir, descrever e prever comportamentos estamos fazendo ciência. O cientista do comportamento (da psicologia) não fica satisfeito com conceitos generalizados e rotulados (complexado, louco, “nasceu assim”) sem compromisso e apenas baseados em ‘achismos’ e observações superficiais. Ele quer observações sistematizadas, conhecimento metodológico, experimentado, testado, comprovado.
Ex: ‘mulher louca’ , o que é loucura? Quais os sintomas? Que tipo de loucura?
Quando fazemos ciência, baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Quando bem utilizada, a ciência permite que o saber seja transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido.
Skinner, no livro Ciência e comportamento humano, diz que ciência é uma disposição de tratar com os fatos, de preferência, e não com o que se possa ser dito sobre eles. Aceitar os fatos, mesmo quando eles são opostos aos desejos.   

                        Então, por que a psicologia é ciência?
                        O psicólogo contribui para a produção do conhecimento científico da psicologia através da: observação, descrição e análise dos processos comportamentais.
                        Algumas características que descrevem a psicologia como ciência são:

Ø      Objeto específico de estudo = homem (no sentido mais amplo). Entretanto, é preciso saber que a concepção de homem que o profissional traz consigo mesmo “contamina” inevitavelmente a sua pesquisa em psicologia.

Ø      Linguagem precisa e rigorosa = não utiliza termos do senso comum sem preocupação conceitual.

Ø      Métodos e técnicas específicas = entrevistas estruturais, testes, técnicas de terapia, dentre outras, obtidas de maneiras programadas, sistemáticas e controladas, para que se permita a verificação da validade da ciência e permitindo a reprodução da experiência.

Ø      Processo cumulativo do conhecimento = Um novo conhecimento é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido. Negam-se, reafirmam-se, descobrem-se novos aspectos, e assim a ciência avança.

Ø      Objetividade = possibilidade de verificação com o máximo de isenção de emoção possível.



3. Comportamento, relações funcionais e meio ambiente

Comportamento:

Ø      Ações – evento público
Ø      Pensamentos – evento privado
Ø      Sentimentos – evento privado

Eventos públicos (agir)

Conjunto de comportamentos visíveis desenvolvidos pelo organismo. Ex: escrever, andar, piscar, beijar.
 
Eventos privados (sentir e pensar)

Sentir        - Emoções
            - Sensações
            - Sentimentos
           

Pensar      - Pensamentos
            - Conceitos
            - Fantasias
            - Imaginações
            - Raciocínio
            - Tomada de decisões

O Sentir 
                        Sensações: respostas sensoriais aos estímulos ambientais, uma percepção direta do nosso estado corporal. Ex: sentir fome, sono, sede, frio, calor.
                        São respostas as variáveis organísmicas, químicas, como por exemplo: drogas, alimentos, medicamentos, os processos metabólicos do organismo, a química cerebral que pode levar a mudanças comportamentais.

Nossos órgãos sensoriais detectam todo o conhecimento que temos do mundo.
Ex: temos células fotoelétricas no olho. O comprimento das ondas é a mesma que chega aos olhos de todas as pessoas, mas o que é diferente é como cada um percebe esse ver. Isso é evento interno e, portanto, subjetivo.

Não podemos sentir o que outro sente, por isso é um comportamento privado de quem está sentindo. Nesse sentido somos solitários no mundo. Só você sente o que você sente.

                        Emoções: é a nossa capacidade de perceber os mais variados sentimentos. Alegria, tristeza, medo e raiva são as emoções principais.

                        Sentimentos: vergonha, ânimo, desânimo, amor, prazer, inquietação, inadequação, humilhação, importância, satisfação e outros tantos. 

Ex: sentir tristeza e vazio quando está em tensão pré-menstrual.

O lado emocional está equilibrado e saudável quando apresenta a capacidade de perceber os mais variados sentimentos em conformidade com a situação vivenciada. Quando estou vivenciando uma perda, me entristeço; quando estou sendo injustiçada, me enraiveço; quando ocorre a frustração de um sonho ou de um projeto, fico desanimada; quando meu time ganha, fico alegre; se algo muito importante para mim se concretiza, exulto.

O Pensar – nosso pensar (fantasias, imaginações, raciocínio, etc.) estão controlados por eventos antecedentes e possuem conseqüências. Esses eventos estão no meio ambiente.

Meio ambiente

Não se pode entender comportamento sem um contexto, sem a descrição de eventos antecedentes e conseqüentes do evento descrito. Por isso os conceitos de comportamento e ambiente são interdependentes, um não pode ser definido sem referência ao outro.
O agir, o sentir e o pensar estão em função de variáveis ambientais (meio ambiente) que são os eventos antecedentes e conseqüentes. Note bem que não é o homem e sim o comportamento do homem que está sendo interagindo constantemente com os estímulos que antecedem o seu comportamento, e o seu comportamento está constantemente tendo conseqüências no ambiente e sendo interagido por elas.

Relação funcional: antecedentes Û comportamento Û conseqüentes

Antecedentes
Comportamento

Conseqüentes (J e L)
Variáveis históricas da vida de cada indivíduo; ambiente físico, social, histórico e cultural.
1- Eventos privados (sensações)
2- Eventos públicos (ações)
3- Eventos internos (reações fisiológicas)
Todos esses eventos estão sob controle de antecedentes e conseqüentes
A conseqüência pode ser positiva ou negativa, depende da história de cada pessoa.
O que pode ser positivo para um, pode ser aversivo para outro.

Meio ambiente (estímulos) = as influências sobre o organismo que determinam o comportamento; tudo aquilo que afeta o comportamento. Um estímulo é um ‘pedaço’ do ambiente que pode ser interno ou externo ao organismo.
                         
                        Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez são modificados pelas conseqüências de sua ação (Skinner, 1978). Assim, além conhecer o organismo e as suas interações, é necessário conhecer os diversos ambientes o qual um organismo pode se interagir.
                        O ambiente que o indivíduo interage pode ser analisado sob dois prismas (Todorov, 1999):
                        - O ambiente externo, dividido em físico e social,
                        - O ambiente interno dividido em biológico e histórico.
                           
                        O ambiente externo é alterado pelo comportamento por meio de ações mecânicas sobre ele e pelas interações do indivíduo com o social.
O ambiente interno é formado pelos processos biológicos e as experiências passadas de cada pessoa afinal o organismo transporta consigo os resultados de suas interações passadas.          
                         
                        Obs.: A psicologia às vezes é definida como a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais. Ora, vimos que os processos mentais fazem parte do comportamento humano. Os processos mentais dizem respeito ao ‘pensar’. Assim, dizer que a psicologia estuda o comportamento e os processos mentais é uma redundância (pleonasmo) desnecessária.  


4. O modelo atual biopsicossocial do homem x modelo biomédico

                        O organismo que é objeto de estudo da psicologia é o homem, ainda que para se compreender o comportamento humano seja necessário estudar outras espécies.
                        As interações não são as que fazem parte do organismo (estão dentro), pois estas são estudadas pela biologia, e não são entre grupos de indivíduos, pois estes são estudados pelas ciências sociais. Entretanto, a biologia e as ciências sociais podem auxiliar estudos na área da psicologia e por isso surgiram áreas denominadas de psicofisiologia, psicobiologia, psicologia social, dentre outras.
                        Como já descrito, a concepção de homem que o profissional traz consigo mesmo “contamina” inevitavelmente a sua pesquisa em psicologia.  Há diferentes concepções de homem em termos filosóficos. O homem pode ser visto, por exemplo, como um ser:
                        - puro e que foi corrompido pela sociedade (concepção de homem natural para Rousseau);
                        - abstrato, com características definidas e que não mudam, a despeito das condições sociais a que esteja submetido (visão determinista);
                        - datado, determinado pelas condições históricas e sociais que o cercam (visão histórico-social);
                        - que influencia e é influenciado pelo seu meio (visão analítico-comportamental).
                        Conforme a definição de homem adotada, teremos uma concepção de objeto da psicologia que combine com ela.  

O modelo biomédico

                        O modelo biomédico baseia-se em grande parte numa visão cartesiana do mundo. Este sistema de pensamento defendeu que o mundo podia ser comparado a uma máquina, mais concretamente de um relógio, e que o conhecimento do universo passaria assim pelo “conhecimento detalhado das peças do relógio”. O que interessa seria então os fenômenos observáveis, e por assim dizer, o corpo, ficando desta forma o homem reduzido aos seus aspectos biológicos ou orgânicos, e assim a suas  estruturas e processos biológicos e físico-químicos Todos os outros aspectos são negligenciados.

                        Para o modelo biomédico, a doença é encarada como um defeito mecânico (avaria na máquina temporal ou permanente) localizável numa máquina física e bioquímica. Este defeito pode ser reparado por meio de meios físicos (cirurgia) ou químicos (farmacologia). A parte doente pode ser tratada isolada de todo o resto do corpo. Assim, a cura equivale à reparação da máquina.

                        De acordo com o modelo biomédico, uma pessoas está bem com a saúde mental quando existe ausência de doença. Essa visão reducionista biológica tem sido fortemente criticada a partir dos anos 70 do séc. XX.

O modelo biopsicossocial

                        O homem moderno deve ser entendido sob um aspecto biopsicossocial. Toda história de vida deve ser analisada sob influências biológicas, psicológicas e sociais, aspectos esse que são interligados.
                        O homem recebe influências do seu organismo internamente (genética, vírus, bactérias, doenças congênitas, defeitos estruturais), da sua percepção própria, experiências e vivências de mundo (ações, pensamentos e sentimentos) e da sua interação com os diversos grupos (família, amigos), a sociedade e sua cultura.
Também o homem biopsicossocial recebe diferentes influências do meio ao longo de sua vida. Muitas áreas são importantes para a análise do comportamento humano, tais como: afetiva, familiar, conjugal, sexual, interpessoal (amizades), lazer, social, escolar, religiosa, trabalho, biológica (doenças), ambiente cultural, questões morais, regras sociais, costumes.

 

6. Psicólogos e Psiquiatras

                        Psicólogos clínicos e psiquiatras muitas vezes ocupam empregos semelhantes. Ambos os profissionais podem trabalhar em campos ligados à saúde mental, diagnosticando e tratando de pessoas com problemas psicológicos leves e graves. A grande diferença entre esses especialistas deriva de sua formação.

                        Os psicólogos clínicos geralmente passam cerca de cinco anos na faculdade aprendendo sobre comportamento normal e anormal, diagnóstico e tratamento de vários comportamentos humanos. Após se formaram devem, por uma questão ética, se especializaram e aprofundar sua formação em uma ou algumas áreas e teorias da psicologia.

                        Os psiquiatras, ao contrário, completam a faculdade de medicina e dela saem com um diploma de doutor em medicina. Em seguida, para se qualificarem como psiquiatras servem aproximadamente três anos como residentes em uma instituição de saúde mental, mais comumente um hospital. Aí recebem treinamento para detectar e tratar de distúrbios emocionais, utilizando medicação (farmacoterapia), cirurgia, eletroconvulsoterapia, dentre outros processos médicos, e às vezes métodos psicológicos. Uma vez que a formação do psiquiatra é médica, seu foco para a cura de problemas está no corpo, no orgânico, no biológico. Para eles, a causa de distúrbios comportamentais está, principalmente, em alterações bioquímicas, neurológicas, etc. Segundo a CBO 2002 – Classificação Brasileira de Ocupações – do Ministério do Trabalho, o psiquiatra realiza consultas e atendimentos médicos, tratam pacientes com medicação, implementam ações para a promoção da saúde, coordenam programas e serviços de saúde, efetuam perícias, auditorias e sindicâncias médicas.
 
7. O estudo de animais para entender o homem

O homem é o objeto de estudo da psicologia, mas por que estudar animais na psicologia? Apesar de existir vários experimentos psicológicos que utilizam animais, o enfoque está nos processos psicológicos básicos que acontece tanto em animais não-humanos como nos humanos. Ex. medo.  
                        Os animais não-humanos mais utilizados nas pesquisas psicológicas: peixinhos de aquário, baratas, vermes, caranguejos, morcegos, ratos, pombos, tatus, cães, gatos, macacos, etc.

E por que trabalhar com organismos mais simples?

1° Por uma questão ética. Muitas pesquisas não podem ser realizadas com seres humanos por razões éticas;
2° Por uma questão de praticidade. Os animais não-humanos são cooperativos, cômodos e estudados com facilidade durante longos períodos e

3° Por uma questão de facilidade de detectar processos básicos comportamentais e mentais em animais não-humanos e transpor os achados para os animais humanos, tais como: fome, sede, sono, movimento motor.



7. A subjetividade

                        A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural. A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um, enfim o que constitui o nosso modo de ser.
                        A subjetividade humana é medida em todas as suas expressões visíveis ou invisíveis, singulares (porque somos o que somos) ou coletivas (porque somos todos assim).
Cada um é dono do seu sentir e do pensar. Isso é a subjetividade. “Eu vejo que você vê, mas nunca vou saber como é o seu ver. Você tem a sua subjetividade.”
                        O indivíduo não nasce com a sua subjetividade. Ele a constrói aos poucos, apropriando-se do material do mundo social e cultural. Criando e transformando o mundo externo, o homem constrói e transforma a si próprio.
                        A subjetividade, dependendo da abordagem psicológica, também é vista como a “individualidade”. Ainda como “personalidade”, mas personalidade é um conjunto de comportamentos, que podem se repetir em várias pessoas. Quando falamos de individualidade estamos falando de unicidade, de comportamentos únicos naquela pessoas. Quando falamos de personalidade estamos falando de um repertório de comportamentos que uma pessoa tem e outras também, estamos falando de semelhanças, de comportamento médio emitido por um grupo de indivíduos.

                        Citando Guimarães Rosa em “O Grande Sertão: Veredas”:

O importante e bonito no mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam.


8. Atribuições e áreas de atuação

Objetivo primordial:
                       
                        Promover a saúde do ser humano por meio do respeito à dignidade e integridade, proporcionando condições satisfatórias de vida na sociedade. Segundo a OMS (ONU): "Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade."

                        O Psicólogo, dentro de suas especificidades profissionais, atua no âmbito da educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comunidades e comunicação com o objetivo de promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade e integridade do ser humano.

Atribuições Profissionais:

Ø       Estuda e analisa os processos intrapessoais e relações interpessoais, possibilitando a compreensão do comportamento humano individual e de grupo, no âmbito das instituições de várias naturezas, onde quer que se dêem estas relações.

Ø       Aplica conhecimento teórico e técnico da psicologia, com o objetivo de identificar e intervir nos fatores determinantes das ações e dos sujeitos, em suas histórias pessoais, familiares e sociais, vinculando-as também a condições políticas, históricas e culturais.

Ø       Analisa a influência de fatores hereditários, ambientais e psicossociais sobre os sujeitos na sua dinâmica intrapsíquica e nas suas relações sociais, para orientar-se no psicodiagnóstico e atendimento psicológico;

Ø       Promove a saúde mental na prevenção e no tratamento dos distúrbios psíquicos, atuando para favorecer um amplo desenvolvimento psicossocial;

Ø       Elabora e aplica técnicas de exame psicológico, utilizando seu conhecimento e práticas metodológicas específicas, para conhecimento das condições do desenvolvimento da personalidade, dos processos intrapsíquicos e das relações interpessoais, efetuando ou encaminhando para atendimento apropriado, conforme a necessidade

Ø       Formula hipóteses e à sua comprovação experimental, observando a realidade e efetivando experiências de laboratórios e de outra natureza, para obter elementos relevantes ao estudo dos processos de desenvolvimento, inteligência, aprendizagem, personalidade e outros aspectos do comportamento humano e animal;


Locais e áreas de atuação

                        Além da área clínica, a cada dia é observável a emergente  atuação do profissional psicólogo em áreas como organizações, hospitais, escolas, tribunais de Justiça, marketing, esportes, aviação, engenharia, etc. Devido a essa ampliação e as formas diferentes de atuação exigidas, torna-se necessário cada vez mais uma atenção focalizada para os valores e princípios fundamentais ao exercício ético da profissão. Esse exercício ético tem como base filosófica conduzir o indivíduo ao bem-estar evitando ao máximo o sofrimento psíquico.
                       
                        O psicólogo desempenha suas funções e tarefas profissionais individualmente e/ou em equipes multiprofissionais. Abaixo alguns locais e áreas de atuação profissional, o título do psicólogo que atua nessa área com uma breve descrição das atividades.


Locais e áreas

Profissional
Características do trabalho
Trabalho – Empresas públicas ou privadas
Psicólogo do Trabalho Psicólogo Organizacional
–         implantação da política de recursos humanos das organizações.
–         descrição e análises de trabalho (profissiográfico, ocupacional, de posto de trabalho etc.)
–         recrutamento s seleção pessoal, utilizando métodos e técnicas de avaliação (entrevistas, testes, provas situacionais, dinâmica de grupo, etc.)
–         programas de treinamento e formação de mão-de-obra
–         avaliação pessoal, objetivando subsidiar as decisões, tais como: promoções, movimentação de pessoal, planos de carreira, remuneração, programas de treinamento e desenvolvimento, etc.
–         capacitação e desenvolvimento de recursos humanos.
–         segurança do trabalho
–         organização do trabalho e definição de papéis ocupacionais: produtividade, remuneração, incentivo, rotatividade, absenteismo e evasão
–         identificação das necessidades humanas em face da construção de projetos e equipamentos de trabalho (ergonomia)
–         programas educacionais, culturais, recreativos e de higiene mental, com vistas a assegurar a preservação da saúde e da qualidade de vida do trabalhador.
–         processo de desligamento de funcionários, no que se refere a demissão e ao preparo para aposentadoria, visando a elaboração de novos projetos de vida

Saúde - Hospitais, Ambulatórios, Centros e postos de saúde
Psicólogo da Saúde
Psicólogo Hospitalar
–         identificar e compreender os fatores emocionais que intervém na saúde geral do indivíduo, em unidades básicas, ambulatórios de especialidades, hospitais gerais, prontos-socorros, etc.


Consultórios, Clínicas especializadas
Psicólogo clínico
–         enfoque preventivo ou curativo
–         terapia individual, em grupo, de casal, familiar, infantil, sexual dependendo da demanda psicológica
–         acompanhamento psicológico, e intervenção psicoterápica individual ou em grupo, por meio de diferentes abordagens teóricas
–         entrevistas, observação, testes e dinâmica       de grupo, com vistas à prevenção e tratamento  de problemas psíquicos

Educação - Creches, Escolas
Psicólogo Educacional
Psicólogo Escolar
–         desenvolve, com os participantes do trabalho escolar (pais, alunos, diretores, professores, técnicos, pessoal administrativo), atividades visando a prevenir, identificar e resolver problemas psicossociais que possam bloquear, na escola, o desenvolvimento de potencialidades, a auto-realização e o exercício da cidadania consciente.
–         compreensão e  mudança do comportamento de educadores e educandos, no processo de ensino aprendizagem
–         intervenção psicopedagógica individual ou em grupo
–         programas de orientação profissional,
–         programas de orientação profissional,
–         elaboração de planos e políticas referentes ao Sistema Educacional, visando promover a qualidade, a valorização e a democratização do ensino
–         dificuldades dos alunos dentro do sistema educacional e cuja natureza transceda a possibilidade de solução na escola,cuja natureza transceda a possibilidade de solução na escola, buscando sempre a atuação integrada entre escola e a comunidade.

Justiça - Varas da criança e do adolescente, de família, cível, criminal, penitenciárias
Psicólogo Jurídico
Psicólogo Forense
Psicólogo Penitenciário
–         atua no âmbito da Justiça, nas instituições governamentais e não-governamentais
–         planejamento e execução de políticas de cidadania, direitos humanos e prevenção da violência.
–         orientação do dado psicológico repassado não só para os juristas como também aos sujeitos que carecem de tal intervenção
–         formulação, revisões e interpretação das leis
–         Avalia as condições intelectuais e emocionais de crianças, adolescentes e adultos em conexão com processos jurídicos, seja por deficiência mental e insanidade, testamentos contestados, aceitação em lares adotivos, posse e guarda de crianças ou determinação da responsabilidade legal por atos criminosos.
–         perito judicial nas varas cíveis, criminais, justiça do trabalho, da família, da criança e do adolescente, elaborando laudos, pareceres e perícias a serem anexados aos processos.
–         atendimento e orientação a detentos e seus familiares.
–         programas sócio educativos destinados a criança de rua, abandonadas ou infratoras
–         tarefas educativas e profissionais que os internos
possam exercer nos estabelecimentos penais.

Psicotécnicos - clínicas de trânsito
Psicólogo do Trânsito
–         processos psicológicos, psicossociais e psicofísicos relacionados ao problema do trânsito
–         exames psicológicos (“Psicotécnicos”)
–         elaboração e implantação de sistemas de sinalização de trânsito, especialmente no que concerne a questões de transmissão, recepção e retenção de informações.
–         campanhas de prevenção de acidentes de trânsito.
–         educação de trânsito
–         comportamento individual e coletivo na situação de trânsito, especialmente nos complexos urbanos.
–         implicações psicológicas do alcoolismo e de outros distúrbios nas situações de trânsito.
Esporte - Associações e/ou esportivas, clubes esportivos
Psicólogo do Esporte
–         exame das características psicológicas dos esportistas, visando o diagnóstico individual ou do grupo
–          realização pessoal e melhoria do desempenho do esportista e em nível grupal, favorecendo a otimização das relações entre esportistas, pessoal técnico e dirigentes
–         estudo das variáveis psicológicas que interferem no desempenho de suas atividades específicas (treinos, torneios e competições)
–         aulas de psicologia no esporte em cursos de psicologia e educação física, oportunizando a formação necessária a estes profissionais, a prática das atividades esportivas e seus aspectos psicológicos

Sociedade em geral, Associações comunitárias
Ongs
Psicólogo Social
Psicólogo Comunitário
–         perspectiva de homem e sociedade
–         estudos sobre características psicossociais de grupos étnicos, religiosos, classes e segmentos sociais nacionais, culturais, intra e interculturais.
–         planejamento, execução e avaliação de programas comunitários, no âmbito da saúde, lazer, educação, trabalho e segurança.
–         meios de comunicação, assessorando quanto aos aspectos psicológicos nas técnicas de comunicação e propaganda

Escolas de 2º grau
Professor de Psicologia (licenciado)
–         leciona Psicologia no ensino médio
Escolas de nível superior
Professor de Psicologia (especialista, mestre ou doutor)
–         ministra aulas de Psicologia, tanto para o curso de psicólogos, como para a formação de outros profissionais de nível superior que demandam conhecimentos técnicos-científicos de Psicologia
–         supervisiona estágios, curriculares (atuação prática) dos alunos, no âmbito interno e externo da instituição de ensino universitário

Área da comunicação social
Psicólogo do Consumidor

–         Pode atuar na área de propaganda, visando detectar motivações e descobrir a melhor maneira de atendê-las.




9. A Psicologia e as práticas não psicológicas

                        A Psicologia não consegue explicar muitas coisas sobre o homem, pois é uma área da ciência relativamente nova (com pouco mais de cem anos). Além disso, sabe-se que a ciência não esgotará o que há para se conhecer, pois a realidade está em permanente movimento e novas perguntas surgem a cada dia.
                        Alguns dos “desconhecimentos” da Psicologia têm levado os psicólogos a buscarem respostas em outros campos do saber humano. Com isso, algumas práticas não-psicológicas têm sido associadas às práticas psicológicas, como por exemplo, o tarô, a astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras práticas adivinhatórias/místicas. Estas não são práticas psicológicas! São outras formas de saber – de saber sobre o humano – que não podem ser confundidas com a Psicologia, pois não são construídas no campo da ciência, a partir de métodos e princípios científicos e estão em oposição aos princípios da psicologia que vê o homem não como um ser com destino pronto, mas sim como um ser que constrói seu futuro ao agir sobre o mundo e receber as influências deste mundo.
É preciso ponderar que esse campo fronteiriço entre a psicologia científica e a especulação mística deve ser tratada com o devido cuidado. Quando se trata de pessoa, psicóloga ou não, que decididamente usa do expediente das práticas místicas como forma de tirar proveito pecuniário ou de qualquer outra ordem, prejudicando terceiros, temos um caso de polícia e a punição é salutar. Portanto, não se deve misturar a psicologia com práticas adivinhatórias ou místicas que estão baseadas em pressupostos diversos e opostos ao da psicologia. Por outro lado, é preciso estar aberto para o novo, atento a novos conhecimentos que, tendo sido estudados no âmbito da ciência, podem trazer novos saberes, ou seja, novas respostas para perguntas ainda não respondidas.    


10. Ética na Psicologia

A idéia crucial da Ética na Psicologia gira em torno da questão da dinamicidade do ser humano. É uma importante consideração quando sabemos que o psicólogo deve buscar atender ao ser humano, o qual está em constante mudança sendo influenciado por épocas, culturas e meios diferentes.
                        A deontologia da profissão do psicólogo considera a transitoriedade própria do homem na busca do aperfeiçoamento. Os psicólogos não podem deixar de lado essa preocupação pela atualização e desenvolvimento constante na profissão, o qual poderá promover um engajamento maior para voltar a realidade do ser humano e assim realizar o verdadeiro papel social. O ideal não é apenas saber os grande princípios, ser um expert em psicologia, mas sim aplicar este grande saber na prática do cotidiano.
                        Todavia, não basta pensar de modo ético, deve-se agir. Não basta apenas pensar bem e honestamente, mas também deve-se procurar agir de modo claro e visível na sociedade. “Juntar o útil ao agradável”, sendo útil promovendo o bem-estar das pessoas de acordo com uma realidade contemporânea e agradável ajudando de maneira criativa, mas dentro de normas que não desrespeitem o cliente como ser humano.
                        O respeito a pessoa humana é assunto subjetivo e a partir desse enfoque cabe uma reflexão: até que ponto as singularidades de cada psicólogo é útil e confiável no tratamento de cada indivíduo? Até que ponto a criatividade, liberdade e espontaneidade de cada psicólogo pode ser útil para o cliente enquanto ser humano que busca soluções para seus problemas?
A pessoa em sofrimento psíquico deposita toda sua esperança em um psicólogo. Acha que ele irá solucionar todos os seus problemas.    
Cabe ao psicólogo discriminar que ninguém pode viver ao sabor de suas paixões e desejos momentâneos de onipotência. Nenhum psicólogo pode “brincar” com a vida pela qual ele está sendo responsável naquele momento. Ninguém pode viver sem regra ou lei. Por isso, o código de ética do psicólogo estará sendo pouco ético se não determinar normas de conduta para que, mesmo com a subjetividade de cada psicólogo, ele saiba discriminar que acima da sua ética existe a ética do homem. É esta ética que fará do psicólogo um profissional engajado social e politicamente no mundo, e não um profissional a serviço exclusivamente do indivíduo. 
O código de ética dos psicólogos não deve ser visto como uma prisão de condutas a serem seguidas, mas como um caminho para a boa conduta tentando minimizar o conflito entre os valores pessoais de cada psicólogo e o verdadeiro agir enquanto psicólogo.   

                        Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso de suas carreiras. Basta um deslize e a imagem do profissional pode ganhar, no mercado, a mancha vermelha do demérito.
                        Ser ético é mais que agir corretamente, proceder bem, sem prejudicar os outros. É ser altruísta, é estar tranqüilo com a consciência pessoal. Ser ético é também, agir de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade. Essas regras morais são resultado da própria cultura de uma comunidade. Elas variam de acordo com o tempo e espaço. Ser ético é ter coragem para assumir as decisões adequadas, mesmo que seja preciso ir contra a opinião da maioria. Ser tolerante e flexível, íntegro e humilde a fim de sempre ouvir o outro.
                        Se o comportamento ético fosse simplesmente seguir as regras, poder-se-ia programar um computador para ser correto.  A ética gera questões extremamente delicadas e, na maioria das vezes, de foro íntimo. Não existe uma receita universal, pronta e completamente eficaz para resolvê-las. A decisão sempre varia de pessoa para pessoa, de consciência para consciência, por isso cabe ao psicólogo medir quais são seus limites éticos dentro de sua profissão e avaliar os riscos de cada decisão que tomar.
                        Muitos são os desafios do profissional de psicologia em seus vários campos de atuação, mas sempre deve estar focada  no indivíduo em sua forma completa e complexa. O papel do psicólogo não é apenas tratar problemas ou tentar resolver todas as situações da vida de uma pessoa, mas sim criar condições para prevenir o aparecimento de sofrimentos psíquicos bem como fornecer possibilidades para a mudança de comportamentos.
                        O respeito ao indivíduo está bem contemplado no Código de Ética do Psicólogo em vários de seus artigos entre eles os que citam a importância de exercer o seu trabalho baseados nos fundamentos científicos eximindo-se do uso de práticas não comprovadas empiricamente e as citações sobre a questão do sigilo profissional.
                        O princípio fundamental para o começo de uma atuação profissional é a reflexão de que os psicólogos do Brasil pertencem a um país que já foi subdesenvolvido, mas que hoje procura fazer parte dos países emergentes. O psicólogo deve se inserir no contexto brasileiro o qual é diferente dos outros países. O Brasil tem um quadro de violência sob todas as formas, mortalidade infantil, desnutrição, baixo nível de escolaridade, péssimas condições habitacionais, elevado grau de endividamento, aviltamento monetário, desarticulação social, corrupção, amplo processo de prostituição de todos os tipos, inclusive infantil, falta de solidariedade nacional, vandalismo, falta de confiança no futuro. A quase totalidade da população vive na miséria, mas a pobreza não é um fenômeno novo, apenas agora está fabricada, como conseqüência das decisões de modernização. A desigualdade social deriva das decisões econômicas para viabilizar a modernização criando assim “abismos” sociais maiores entre as classes. O “ter” está se sobressaindo em relação ao “ser”. É importante esta análise se compararmos aos países desenvolvidos que já superaram alguns problemas sociais básicos e podem atualmente se dedicar mais ao “estudo da alma”. Estamos atrasados! Como tratar do emocional de uma pessoa se suas necessidades básicas não estão sendo sanadas?
                        A Psicologia é um trabalho muito sutil de extrema responsabilidade e na qual, a atuação do profissional pode construir ou destruir uma pessoa pois, o psicólogo lida com aspectos como a auto-estima das pessoas, suas frustrações e conflitos, bem como fatos alegres, histórias do cotidiano e dados da vida individual, podendo atuar adequada e inadequadamente utilizando-se da condição de poder reformular os conceitos sobre a vida do indivíduo.
                        Enfim, a partir de uma reflexão filosófica e simplista feita sobre a atuação do psicólogo de uma maneira ética como profissional, constata-se que em quaisquer campo de trabalho, este profissional deve voltar-se para a melhoria da vida do indivíduo em sua subjetividade promovendo o seu bem-estar.      


11. Perfil atual dos psicólogos

                        Entre os dias 04 e 25 de março de 2004, o CFP (Conselho Federal de Psicologia) realizou uma pesquisa nacional para conhecer o perfil desse profissional da saúde. A pesquisa envolveu 2.000 psicólogos e foi feita por meio de entrevistas telefônicas. Eis alguns dados:
                        ü 91% são mulheres;
                        ü A média de idade é de 39 anos;
                        ü 46% dos psicólogos estão formados há, no máximo, 8 anos;
                        ü Grande busca pela profissão a partir dos anos 90 devido a grande proliferação de cursos de graduação desta área no Brasil;
                        ü  Renda média mensal de R$ 2.000,00 (muitas vezes em mais de uma atividade);
                        ü Metade já fez ou está fazendo algum curso de especialização;
                        ü 1 em cada 10 já fez ou está fazendo mestrado ou doutorado;
                        ü 55% atuam no atendimento clínico individual ou em grupo;
                        ü Dos que trabalham em clínica, 65% são mais velhos e 17% são mais novos (o consultório vem com amadurecimento e crescimento profissional).
                        ü Últimas campanhas mais importantes da classe:

v     Campanha de Direitos Humanos;

v    Luta anti-manicomial – por uma sociedade sem manicômios

v     "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania" – campanha contra a baixaria na TV visando um controle social da programação televisiva, publicidade infantil, contra a banalização da violência e o incentivo à discriminação racial, sexual e econômica, valorização dos direitos do cidadão na programação da TV brasileira;

v    Luta contra o projeto de lei do Ato Médico – projeto que médicos querem aprovar no Congresso Nacional que estabelece que toda a atividade que se possa fazer e que se queira fazer em benefício da saúde física e psicológica do homem, tem que ser inicialmente autorizado e fiscalizado pela classe médica. Vamos dar um exemplo se o projeto fosse aprovado. O paciente procuraria o médico, pagar-lhe-ia uma consulta, só para dizer que tem necessidade de consultar um psicólogo. A atitude do médico seria uma das seguintes: 1) diria que o paciente não tem necessidade de consultar um psicólogo, basta tomar um remédio que ele médico receitaria; 2) sem examiná-lo diria que ele realmente poderia consultar um psicólogo; 3) avaliaria psicologicamente o paciente para ver se ele precisaria de atendimento psicológico. No primeiro caso seria uma violação à liberdade de escolha do paciente. No segundo caso a consulta seria desnecessária e apenas um meio de o médico ganhar dinheiro. No terceiro caso o psicólogo teria mais condições, do que o médico, de avaliar psicologicamente o paciente, não sendo pois necessária a consulta ao médico.
 (http://www.naoaoatomedico.com.br/paginterna/noticiapopup.cfm?id=125).

v     Educação Inclusiva – por uma educação no Brasil verdadeiramente inclusiva, que tenha como referência aqueles que têm sido reiteradamente excluídos dos sistemas de ensino - negros, meninas, homossexuais, índios, populações em situação de rua, crianças e jovens com dificuldades no processo de escolarização vinculadas ou não a causas orgânicas, superdotados. Que a educação brasileira cumpra seu caráter público, universal e de qualidade para todos. Que as instituições educativas possam atender, na singularidade humana, a pluralidade cultural!

v     Democratização da comunicação – comunicação mais democrática
 SER PSICÓLOGO

Walmir Monteiro

Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso,  é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos o dom de usar a palavra, o olhar,
as nossas expressões, e até mesmo o silêncio.
O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos
para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.

Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas isso, é também um grande privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais
precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo,
seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.

Somos psicólogos e trememos diante da constatação
de que temos  instrumentos capazes de
favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção
que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas
para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.

Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar,
ver sem me escandalizar,  e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar,  ter consciência do peso da minha palavra,
do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem,
pensamentos,  declarações  e esperanças testemunhadas,
sejam segredos que me acompanhem até o fim.

E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de
ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que
não tinha com quem contar para dividir sua solidão,
sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir
que isso só começa quando a gente consegue
realmente se conhecer e se aceitar.



Fonte Autora Professora Meg Gomes Martins – Psicologia
Introdução a Psicologia

Referências (para elaboração desta apostila):

ATKINSON, R.L. et al  Introdução à Psicologia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. (Cap. 1 - Natureza da Psicologia, pp. 10-29).

BOCK, Ana Mêrces Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Editora Saraiva, 1999

SKINNER. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

TODOROV, João Cláudio. A psicologia como estudo das interações. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 5, p.347-356, 1989.